Enfim, uma boa notícia para o tênis brasileiro. Depois dos fatos não muito agradáveis na Copa Davis, chegou a boa nova com a excelente campanha de Bia Haddad Maia no torneio de Seoul. O vice-campeonato deve sim ser comemorado, mas sem euforia. Não há dúvidas de que ela é boa de bola. Mostrou isso desde os tempos de juvenil. Só que a vida já lhe impôs advertências, com uma sequência de contusões que atrapalharam o seu ritmo. Por sorte, não tirou seu entusiasmo, nem a dedicação necessária para uma carreira tão difícil e concorrida como a de tenista profissional.
O vice-campeonato em Seoul abre belas perspectivas. Pela primeira vez na carreira ocupa um lugar no top 60, exatamente na 58a. colocação. Com esta classificação Bia pode jogar praticamente todos os grandes eventos, sem precisar passar pelo qualifying. Além disso, ganha enorme respeito no circuito. Suas adversárias entrarão em quadra com a informação de que terão uma jogadora e tanto pela frente, que foi capaz de tirar um set da campeã de Roland Roland Garros, Jelena Ostapenko, na final de Seoul.
Ainda há um caminho árduo e difícil pela frente. Surgirão as cobranças. E neste aspecto é que peço, quase suplico, por muita atenção e sobretudo paciência. O circuito profissional de tênis é de uma acirrada concorrência, um funil muito apertado. Difícil corresponder sempre as esperanças da torcida, ainda mais num momento como este que enfrentamos no Brasil. Mas, sem dúvida, ela pode ir longe, deixando que os resultados aconteçam naturalmente.
MUITO ALÉM DA RIVALIDADE – Os torcedores de Roger Federer e Rafael Nadal amam se odiar. Só que os próprios jogadores deram uma lição de pura amizade e unidade de propósito. Como sabem que um é importante para o outro, eles construíram, ao meu ver, a mais venerada rivalidade da história do tênis. Nem Pete Sampras e Andre Agassi conseguiram tal façanha, pois nem sempre eram amistosos. Borg e McEnroe também seguiram passos semelhantes, assim como revelou diversos outros duelos no tênis mundial.
A Laver Cup deixou imagens marcantes. Federer comemorando a vitória sobre Nick Kyergios, com seu arqui-rival pulando para abraçá-lo pelo título conquistado pelo grupo da Europa contra o resto do mundo.
Sem dúvida, esta amizade, inclusive com a formação de uma dupla Federer e Nadal, deixou torcedores de todo planeta contentes. E que este clima impere para sempre, dentro e fora das quadras.