Não é de hoje que os critérios usados pelo torneio de Wimbledon para determinar os cabeças de chave são polêmicos. O All England Club ainda não divulgou oficialmente os pré-classificados deste ano, mas o assunto promete ser controverso, mais uma vez. Tirar Rafael Nadal de número dois e subir Roger Federer de cinco para três pode dar muita chiadeira.
Não dá para dizer que Roger Federer não mereça estar entre os quatro melhores jogadores da grama. Mas também fica difícil dizer que o duas vezes campeão de Wimbledon, Rafael Nadal, não saiba jogar nessa superfície.
Sem contar ainda que, em se confirmando o ranking da grama, Stan Wawrinka pularia de três para cinco, o que o obrigaria a cruzar com os principais favoritos uma rodada antes.
Pelos critérios anunciados, Andy Murray sairia como número um, Novak Djokovic, dois, Federer três e Nadal quatro. Isto levando-se em consideração os resultados obtidos pelos tenistas em competições na grama nos últimos dois anos.
Tenistas especialistas no saibro sempre foram prejudicados pelos critérios únicos de Wimbledon. Há muitos anos, jogadores como Albert Costa e Alex Corretja boicotaram a competição por não concordarem com o fato de terem sido rebaixados nas suas colocações como cabeças de chave. O assunto incendiou a media por um período, mas quando o torneio começou caiu no esquecimento. O brasileiro Gustavo Kuerten também liderou um boicote em 2001. A princípio também estava inconformado com o fato de não ser o cabeça um, mas logo anunciou que sua desistência do Grand Slam inglês estava ligada a necessidade de descansar.
Não sei o que o torneio ganha com um critério exclusivo para determinar os cabeças de chave. Acho que seria muito mais interessante obedecer o ranking da ATP e WTA e deixar que os tenistas mostrem suas qualidades em quadra.