Nos bastidores do mundo do tênis existe uma acirrada disputa pelo simbólico título de quinto Grand Slam. Nos últimos anos, embalado pela força da grana, Indian Wells ganhou muitos pontos. O complexo da Califórnia é digno de figurar como um dos maiores torneios do planeta. Enquanto Miami sofre até com ameaça de troca de local e instalações ainda improvisadas.
Nada, porém, é mais forte do que a emoção no tênis. E, neste aspecto, o torneio da Flórida ganhou uma força imensa na atual edição, por conta de dois ‘trintões’. Com Roger Federer e
Rafael Nadal em rota de colisão, sou capaz de apostar que praticamente ninguém mais lembra que o Miami Open não conta este ano com os dois líderes do ranking: Andy Murray e Novak Djokovic.
A rodada diurna desta terça-feira em Crandon Park foi daquelas inesquecíveis. Nadal foi o primeiro a entrar em quadra e, com altos e baixos, saiu-se vencedor diante de Nicolas Mahut. O espanhol já se garantiu nas semifinais com bela vitória sobre Jack Sock, em dois sets. Agora terá pela frente o italiano Fabio Fognini, num encontro que promete ser dos mais interessantes.
Depois da vitória de Nadal, as emoções seguiram em alta com Federer diante de Roberto Bautista Agut. O tenista espanhol foi um adversário e tanto para o suíço. E o encontro proporcionou uma das mais belas disputas de pontos até agora na competição.
Além da emoção, a preferência por este ou aquele torneio também esbarra na sua localização. Palm Desert, onde é jogado Indian Wells, é um show de cenário. Muitos condomínios, excepcionais campos de golfe, ricos aposentados, muito luxo nos hotéis e boa comida japonesa. Tudo muito legal, mas o clima metropolitano de Miami é quente, fervoroso, agitado, americano e latino.
Enfim, eu costumo dizer que nenhum torneio do Grand Slam tem Paris como sede, além de Roland Garros. O Aberto Francês também já sofreu ameaças de mudança de local e seu espaço físico é modesto para o tamanho de sua importância. Mas ainda tem o seu charme, não é mesmo? E agora, com quem ficar: Indian Wells ou Miami?