Vou plagiar um post de Roger Federer. O suíço disse: “épico começo de ano de @DjokerNole e épico final de ano de @andy_murray # 1”. E não há dúvidas de que os dois dividiram a temporada de 2016, ambos merecendo os parabéns. E o que fica disso é a enorme exigência de um calendário exaustivo. Não há máquina humana capaz de manter a intensidade e o nível durante as 52 semanas. O tênis hoje está diferente, mais forte, com estilos bem mais regulares, sem tantos pontos curtos como nos tempos do saque e voleio. As trocas de bolas são longas. Os torneios estão cada vez mais equilibrados. Não há físico e mente que resistam a tanto.
Bom para o público, bom para os amantes do tênis, com eventos e jogos emocionantes. Só que não vejo mais condições de longos domínios de um só jogador, como em outros tempos. Nem sequer termos mais o grupo do ‘big four’, não é mesmo?
Um leitor – Fabricio – colocou uma questão para 2017. Será que Murray e Djokovic seguirão dominando? Roger Federer e Rafael Nadal poderão beliscar um ou outro Slam? E a nova geração vai incomodar? Na verdade, acredito em tudo isso.
Já em 2016 tivemos diferentes campeões de Slams. Foram três jogadores para quatro troféus. Para a próxima temporada não seria surpresa, pelo menos para mim, que quatro jogadores levassem a melhor em cada um dos torneios.
Desde os tempos em que trabalhava com futebol (acreditem fiz a cobertura de duas Copas do Mundo e inúmeras eliminatórias) o preparador físico Muricy Santana já nos ensinava que o condicionamento de um atleta é quase como uma parabólica. É preciso calcular o seu auge para determinada data, competição. Acredito que foi isso com Novak Djokovic. Ele queria levantar o seu primeiro troféu de Roland Garros. E começou o ano com toda intensidade. Ganhou o Aberto da Austrália. Esteve forte e vencedor em Indian Wells e Miami. Controlou a temporada europeia de quadras de saibro: primeira rodada em Monte Carlo, título em Madri e final em Roma. E chegou a Paris em plena forma para, enfim, levar para casa uma réplica da Copa dos Mosqueteiros.
Esta mesma evidência pode verificar-se com Andy Murray. Embora não tenha feito um início de temporada ruim, pois foi finalista em Melbourne, ele caiu nas segundas rodadas de IW e Miami. No saibro fez final de Madri e ganhou no Foro Itálico, sem contar com o vice em Paris. Ganhou Wimbledon. Foi ouro no Rio e parou nas quartas em Nova York, mas preparou o bote para o final do ano. Conquistou os títulos de Pequim, Xangai, Viena e Paris. Mesmo desgastado ainda teve forças para se superar a garantir a liderança do ranking mundial com o ATP Finals.
Por tudo isso cresce bastante a expectativa para 2017. Os novos talentos estão chegando e nomes como Roger Federer e Rafael Nadal prometem voltar fortes. Quem ganha com isso é o tênis.