#chiquinho30anosRG – Há pouco mais de uma semana desembarquei em Paris para a 30a. cobertura de Roland Garros. Foram 26 anos pelo Estadão e agora quatro pelo Grupo Bandeirantes. Um ano antes de o Bandsports comprar os direitos de transmissão, em 2012, vim para uma série de reportagens veiculadas no Ace Bandsports.
Este longo período no Grand Slam francês para alguns deveria ser parte de um livro. Mas apenas peço licença para contar um pouco desta incrível experiência, deixando de lado os grandes astros da raquete.
A primeira vez foi em 1985. Mas se a primeira vez a gente nunca esquece não aconteceu comigo. Tinha em mente que o título tinha sido conquistado por Ivan Lendl. Mas revendo a chave, o campeão foi Mats Wilander.
Na época junto a um colega do Estadão, Ney Craveiro, ganhei um prêmio de melhor cobertura jornalística de um torneio em São Paulo. Era uma viagem a Paris. Transformei em cobertura de Roland Garros. Como o Brasil não tinha a menor tradição nestes eventos, contei com a ajuda do saudoso ex-presidente da CBT, Wanderley Cecchia, e do diretor Eugênio Saller, para obter um passe especial, com direito a área de imprensa.
O torneio de Roland Garros revelou-se num evento dos mais grandiosos e atraentes. Trabalho diário para contar tudo o que acontecia pelas quadras. A ponto de o chefe do comitê de imprensa francês, Gerard de Pelou chamar-me de lado para uma conversa. Disse que jamais havia visto um jornalista brasileiro realmente focado na cobertura do torneio, do tênis. E, por isso, teria garantida a credencial de livre acesso no ano seguinte, se quisesse. Vale informar que os jornalistas que frequentavam Roland Garros naquele tempo eram muito mais ligados às colunas sociais, do que propriamente ao esporte.
O Estadão comprou a ideia, dado a enorme repercussão da primeira cobertura de Roland Garros. Deu-se então início a tradição, que hoje completa 30 anos do Grand Slam francês, resultado também em outras 20 coberturas do US Open, mais 18 de Wimbledon e cinco Australian Open.
Entusiasmada com esta marca, minha esposa, Deborah, organizou uma viagem da família para a segunda semana em Roland Garros. A ideia é viver o torneio, sentir o clima e já até comprei ingressos para as quartas de final na Philippe Chatrier.. Aliás, Deborah veio pela primeira vez em 1997 e nem preciso dizer o que aconteceu.