A atmosfera de um confronto da Copa Davis é incomparável. Vale a emoção, a torcida e até a empolgação, mas em alguns cantos do planeta o clima pesa. A pouco dias do duelo entre Argentina e Brasil a chapa já está quente. Por força da profissão sigo diversos jornalistas argentinos e em meio ao ATP de Buenos Aires os comentários são acalorados, a meu ver exagerados. Difícil separar a torcida do fanatismo. E este segundo caso cega as pessoas. Sinceramente gostaria que as diferenças ficassem apenas na quadra e que vença o melhor.
A ITF – Federação Internacional – divulgou recentemente uma estatística de que 60% dos países anfitriões ganham os confrontos. Nenhuma novidade. Afinal, o time da casa tem outros privilégios além de contar com a torcida. Pode escolher a quadra do jeito que convém aos seus tenistas, também define o local, a bolinha, enfim, isso faz parte da Copa Davis. Torna a competição aberta e, muitas vezes, um país teoricamente mais fraco alcança resultados brilhantes.
A Argentina tem uma escola invejável de tênis. Nunca teve um tenista número um, embora os jornalistas argentinos tenham realizado cálculos que dariam esta condição a Guillermo Vilas, quando o líder do ranking era Jimmy Connors. O processo está em andamento, nas mãos da ATP. Hoje, porém, o time anfitrião não é dos mais fortes, especialmente pelo fato de ainda não poder contar com Juan Martin Del Potro. Terá dois estreantes, como Diego Schwartzman e Federico Delbonis, que formam o time com Leo Mayer e Carlos Berlocq. Como dizem é um adversário ganhável… mas sem dúvida nenhuma uma vitória brasileira seria uma surpresa.