A imprensa espanhola, a torcida e talvez fãs de todo o mundo ainda estão a procura de explicações para as duas recentes derrotas de Rafael Nadal. Mas em meio a tantas especulações o que se viu em Barcelona foi o surgimento de uma versão asiática de Nadal, o japonês Kei Nishikori. É claro que se dever guardar as devidas proporções nesta irônica comparação. Só que não há como negar que fez história ao transformar-se no primeiro tenista de seu país a conquistar um título num torneio de saibro da qualidade do ATP 500 Conde de Godó. Isso confirma que as novas caras, como aí se inclui Grigor Dimitrov, podem fazer estragos este ano em Roland Garros.
Nadal, o original, revelou-se tranquilo com os últimos acontecimentos. Disse com toda a honestidade que não vê motivos para se fazer um drama por causa de duas derrotas. Será? Pergunto eu…pois aconteceram em dois de seus domínios, Monte Carlo e Barcelona. Guga Kuerten está mesmo certo em seu palpite de que o tenista espanhol não está no seu melhor, como contou-me em recente entrevista concedida em Florianópolis.
A necessária confiança para voltar a levantar troféus, Nadal pode já buscar em Madri. Não vejo, porém, condições tão boas como as de Barcelona e Monte Carlo. Na capital espanhola há altura e o saibro, dizem, é muito rápido.
Ainda assim, Nadal tranquiliza a todos com declarações complacentes. Disse que chegará Paris com a mesma expectativa dos últimos anos, apesar das recentes derrotas.
Nesta briga por Roland Garros surgem outros nomes, como o de Nishikori. Mas quem apostaria todas as fichas nas novas caras? O saibro não é a superfície ideal para as zebras. Além disso, nos jogos em melhor de cinco sets as surpresas se tornam mais difíceis. Costumam aparecer na primeira semana, nas finais são mais raras..