Há exatos 30 anos os franceses não comemoram um título de Roland Garros. A última conquista veio com um personagem e tanto, Yannick Noah, em vitória sobre Mats Wilander na final de 1983. Desde então, em especial nos últimos tempos, a pressão para os tenistas franceses tem sido forte. Este ano chegou ao auge. O presidente da FFT Jean Gachassin, na cerimônia de sorteio das chaves, pediu desculpas a Rafael Nadal (que estava presente) falou em fechar os olhos e contou que o seu sonho seria de entregar a Copa dos Mosqueteiros em 2013 a um tenista da casa.
Richard Gasquet já esperneou. Jo-Wilfried Tsonga confessou que quando joga em Roland Garros sente uma pressão enorme. Gael Monfils não tem o que falar. Ganhou wild card, passou por Tomas Berdych e fez a festa da torcida ao vencer Ernests Gulbis, de virada. Quase uma vingança ao que o tenista letão falou em entrevista ao L’Equipe. Correndo por fora está Benoit Paire, jogador de grande talento que pode surpreender. Mas falar em título com Nadal e Djokovic na chave parece ser mesmo um pedido a se fazer de olhos fechados.
Os investimentos da Federação Francesa de Tênis -FFT – são consideráveis. A entidade é bem organizada e se preocupa inclusive em manter alto o interesse pela modalidade. Tanto é que promove o dia das crianças, dando ingressos para as escolas da cidade e colocar o futuro em Roland Garros. Despertar o gosto pelo esporte. Mas um título mantém-se no patamar de um sonho. A torcida para se concretizar é grande.
Os investimentos da FFT deverão agora ser dirigidos para as reformas no complexo de Roland Garros, aliás, o menor espaço físico de todos os Grand Slams. O plano era construir uma nova quadra no Bois de Bologne. Mas nem prefeitura, nem vizinhos deixaram.
A solução será praticamente derrubar a Philippe Chatrier, melhorar as instalações e colocar um teto retratil para evitar os atrasos provocados pelas chuvas.
E a chuva neste quinto dia de Roland Garros promete ser um problema. A rodada deve sofrer atrasos e muitos jogos podem ser adiados. E nesse caso, até mesmo a torcida francesa, que sabe como ninguém incentivar os seus tenistas, vai abrir a boca para reclamações.