Sem Roger Federer e Rafael Nadal e com uma final feminina mais empolgante do que a masculina, o torneio de Miami promete reagir para não perder a condição de ‘o quinto Grand Slam’. Este ano, esteve longe de merecer este título. Ainda assim, os marqueteiros americanos contabilizam o sucesso. Sei lá, as vezes penso que o mkt é uma ferramenta para disfarçar a realidade e dar brilho ao cinza escuro.
Podem até dizer que ando meio irritado com a assessoria de imprensa de Miami. Mas está tudo no papel, ou melhor, nos e mails. Ao final do evento, a informação é de que o bom tempo, dias de sol, temperaturas agradáveis, deram origem ao sucesso, com a presença de grandes nomes da música, do entretenimento, numa atmosfera que proporcionou a lotação total em dez sessões durante a competição. Sei lá, se quero ver grandes astros da música não vou a um torneio de tênis.
O melhor é que a organização de Miami ‘assimilou o golpe’. Anunciou nos últimos dias um investimento de US$ 50 milhões para melhorias em Crandon Park. O local já um dos mais agradáveis do circuito mundial. Vai ficar melhor ainda. Serão construidas três quadras com arquibancadas permanentes, além de ampliação nas áreas de jogadores, media e ao público. O cenário promete ficar ainda mais bonito. Com certeza de fazer inveja a nos brasileiros que às vésperas de uma Olimpíada não temos um bom lugar sequer para os nossos torneios.
Faltará apenas garantir a presença dos grandes astros do tênis. Mas neste aspecto a força da grana fala alto e premiações ainda maiores irão assegurar a participação dos melhores do mundo.
Nada de ser muito exigente. As finais de Miami estiveram sim emocionantes. O jogo feminino foi um dos mais disputados dos últimos tempos. E não acho que força deva ser confundido com outros atributos. As mulheres estão em melhor forma física, com técnica mais apurada, além, é claro, de usarem bem os recursos dos atuais equipamentos. É mais do tênis força… é um tênis mais bem jogado. Ora, as meninas deram um bom espetáculo. Entre os homens muito bate bola e falta de condicionamento físico. Mas ainda assim interessante, embora no terceiro set tanto Andy Murray como David Ferrer praticamente se arrastavam em quadra. O que esperar para os torneios de Grand Slam, em melhor de cinco sets?