A expectativa está em torno do que Thomaz Bellucci pode fazer diante de Sam Querrey e o milagre que Tiago Alves poderia aprontar contra John Isner. Mas resolvi atender a uma sugestão e avaliar o que fazer com a Copa Davis, que nem sempre atrai o interesse das grandes estrelas, especialmente, nas primeiras rodadas.
Certa vez, Pete Sampras contou que para brigar pela liderança do ranking teria de abrir mão da Davis. Justificou que a competição exigiria praticamente dois meses de seu calendário, entre confrontos, convocações, treinos, aclimatação e viagens. Por estes mesmos motivos, nem todos os tenistas se colocam a disposição das federações. Sem contar, é lógico, com os não raros casos de brigas de interesses entre jogadores e dirigentes.
O próprio Sampras, em outros tempos, admitiu que a emoção de jogar pelas cores de seu país é marcante, realmente compensadora aos sacrifícios impostos pela competição. Afinal, a Davis tem um clima diferente de todos os outros torneios. Os jogos são em melhor de cinco sets, como os Slams sim, mas com o peso da responsabilidade de defender uma nação. O espírito de equipe, o patriotismo levaram o normalmente frio norte-americano a sentir-se realizado.
A história da Davis é centenária. No começo ficou conhecida pelo formato challenger. O campeão de um ano esperava a disputa de todos os outros países para ser desafiado numa final. O crescimento da competição e o maior interesse forçaram grandes mudanças. E desde 1981 contamos com o Grupo Mundial. As 16 melhores nações disputam a chave principal. Só que agora em 2013 já são 130 países na Copa Davis.
Este é o espírito. A ITF (Federação Internacional de Tênis) organizadora da Davis – e também dos Slams – não se trata de uma associação de classes, como ATP ou WTA. Não visa apenas os interesses dos tenistas, mas, sobretudo, o desenvolvimento do esporte. Ou seja, levar a modalidade a todos os cantos do planeta. Permitir o surgimento de novos jogadores, aumentar o interesse e elevar o número de praticantes. Não pode pensar apenas nas estrelas. É claro que sim: dedicar atenção, respeito e condições para ter os melhores em quadra. Mas não se limita a este objetivo.
Assim também funciona o espírito olímpico. Os Jogos de 2016 no Rio precisam deixar uma herança, um legado. Afinal, se o Brasil não puder contar com um Centro Nacional de Tênis a briga pelas medalhas irá ficar apenas na memória. A Olimpíada é mais do que isso. Faz parte o interesse pelo esporte. Abrir condições para o seu desenvolvimento. Com um bom local, poderíamos ter novas competições, como já temos ATP 250, teremos 500 e WTA. Boas instalações abrem a persctiva até de um Masters 1000, por que não?. Com o velho Ginásio do Ibirapuera é que não vai ter chance mesmo..
Esta é a pujância da Copa Davis. Por isso a perguta… o que fazer para ter todas as principais estrelas em todos os confrontos? Reformular o sistema de disputa. Mas será que seria justo comprometer o desenvolvimento do esporte para agradar aos grandes nomes? O jeito é esperar que a emoção e o sentimento demonstrado por Sampras, em certo momento de sua carreira, também faça parte dos corações de todos os jogadores.