A disputa de Novak Djokovic e Aberto da Austrália não teve vencedores. Foi na verdade um episódio, um jogo, em que todos perderam. O tenista não conseguiu seu intento de defender o título e nem buscar o recorde de Grand Slam. O diretor do torneio, Craig Tiley saiu desgastado. O próprio evento perdeu, por ter sido obrigado a colocar no lugar mais nobre da chave masculino um jogador de ranking baixo, como o italiano Salvatore Caruso. E a culpa é da justiça australiana, que aprovou e depois não, em longas audiências, impossibilitando a mudança entre alguns cabeças de chave, como está no regulamento da ITF, a Federação Internacional de Tênis. Os advogados do sérvio também foram derrotados, ao apresentarem argumentos não convincentes e documentos com informações não comprovadas.
A repercussão internacional do caso, é claro, abalou a imagem já bastante polêmica de Novak Djokovic. E seu intento de jogar o AO, sem o imunizante virou uma bandeira entre prós e contras, além de incentivar o movimento antivacina.
Um assunto que pouco foi comentado é não fosse o suspeitoso atestado de que Djokovic teve Covid no último dezembro, qual argumento seria usado para requerer a isenção vacinal?
A situação pode piorar para Roland Garros. O governo francês já antecipou que não irá permitir exceções, o que coloca o tenista sérvio contra a parede, numa forma que jamais enfrentou em sua difícil vida, formação e competente atuação nas quadras de todo mundo. Assim, se a pandemia não melhorar e muito, a vida do atual numero 1 do mundo estará bastante prejudicada. A verdade é que por ser um naturalista, Djoko tem o direito de não querer se vacinar, mas as autoridades de qualquer país também têm o direito a exigir os comprovantes de imunização.
Enquanto Djokovic voltava para casa e foi recebido em Belgrado por uma multidão de fãs, o Aberto da Austrália começou bem. Como disse Rafael Nadal, nenhum tenista por melhor que seja, jamais será mais importante do que o esporte. É que os jogadores passam e o tênis permanece.
As quadras de Melbourne Park desde os primeiros jogos se encheram de emoção. Alexander Zverev sofreu um susto, mas passou. Nadal ganhou tranquilo, mas ainda diz que precisa melhorar. Matteo Berrettin, o maior beneficiado com o fato de a organização ter sido obrigada a colocar um lucky looser na linha 1, mostrou estar em boa forma ao superar uma das esperanças dos Estados Unidos, Brandon Nakashima.
Entre as mulheres Ashleigh Barty só cedeu um game na sua estreia diante de Lesia Tsurenko. Paula Badosa, que vem crescendo muito, venceu Alija Tomijanovic. E o que se deve festejar com entusiasmo foi a volta de Naomi Osaka, que passou por Camila Osorio, e deu até risadas na entrevista coletiva pós jogo.