
Meshkatolzahra Safi é a número 74 do ranking juvenil e venceu seis títulos no ano passado (Foto: Jimmie48/WTA)
O domingo em Melbourne foi histórico para dois países que comemoraram vitórias inéditas em partidas de Grand Slam no circuito juvenil. A queniana Angella Okutoyi e a iraniana Meshkatolzahra Safi venceram seus jogos pela rodada de estreia do Australian Open da categoria.
Safi, de 17 anos, é a primeira iraniana a entrar no top 100 do ranking mundial juvenil e pioneira em seu país na disputa do Australian Open. Ela ocupa atualmente o 74º lugar do ranking e venceu a australiana Anja Nayar por 6/4 e 6/3, e vai enfrentar a belga Sofia Costoulas, cabeça 8 do torneio, na próxima rodada em Melbourne.
Por conta das islâmicas e como já acontece em outros esportes, Safi enfrenta o calor do verão australiano usando um lenço na cabeça, calças compridas por baixo do short e camisetas de mangas longas. Ainda assim, espera se tornar uma fonte de inspiração para outras tenistas de seu país.
Two historic milestones in the #AusOpen juniors today:
🇮🇷 Meshkatolzahra Safi became the 1st girl from Iran to win a Grand Slam juniors match.
🇰🇪 Angella Okutoyi became the 1st girl from Kenya to win a Grand Slam juniors match. pic.twitter.com/8gQhcG5Yb3
— WTA Insider (@WTA_insider) January 23, 2022
“Embora este não seja meu objetivo final, é uma sensação incrível saber que sirvo de uma motivação para outras jogadoras iranianas e poder incentivá-las”, disse Safi ao site da ITF. Ela já tem oito títulos no circuito mundial juvenil, seis deles no ano passado. “Existe a crença entre os jogadores iranianos de que é difícil conquistar algo em nível internacional. Espero os meus resultados encorajem tenistas e treinadores a dobrarem seus esforços”.
“No início, senti que era muito difícil e a experiência de outros jogadores anteriores mostrava que havia pouca esperança de grandes conquistas no tênis, especialmente com recursos e apoio limitados. Mas eu tenho uma grande motivação”, explica a iraniana, que começou a jogar tênis em um projeto de identificação de talentos da ITF mantido em Karaj, cidade industrial próxima à capital Teerã. “Não é fácil melhorar como jogadora no Irã, especialmente quando algumas pessoas podem dizer que não há futuro no tênis, comparado a outros esportes no Irã com grandes conquistas. É promissor para mim ter pessoas ao meu redor para me encorajar”.
Já Okutoyi é a atual 62ª do ranking e venceu a italiana Federica Urgesi por 6/4, 6/7 (5-7) e 6/3. Ela enfrenta a australiana Zara Larke na próxima rodada. Segundo o portal Kenyans.co, de seu país, a queniana começou aos quatro anos. Já quando tinha dez anos, em 2014, passou a treinar no Centro de Treinamento Regional da ITF da África Oriental, com uma bolsa de estudos patrocinada pelo tênis. Ela se destacou em campeonatos disputados no continente africano e retornou ao seu país de origem em 2016, passando a treinar em um CT da ITF no Nairobi Club
“Estar em um Grand Slam é como um sonho para mim. É uma experiência única e muito feliz e orgulhoso de estar onde estou”, disse a queniana, em vídeo divulgado nas redes sociais. Ela já tem seis títulos no circuito juvenil da ITF, três deles em 2021. “Minha principal expectativa para este torneio é aproveitar o momento e dar tudo de mim. Espero jogar bem minha meta é estar nas quartas de final”.