Não deixa de ser uma surpresa o título de Geoffrey Blancaneaux na chave juvenil masculina em Roland Garros. Ele é o primeiro anfitrião a vencer na categoria Gael Monfils em 2004. O francês de 17 anos ganhou confiança por ter vencido uma partida no qualificatório para o torneio adulto, mas chegou à competição apenas como 39º do ranking de sua categoria e teria uma chave dura pela frente.

O francês Blancaneaux não estava entre os favoritos, mas passou por chave difícil (Foto: Susan Mullane)
Nas duas primeiras, adversários completamente diferentes. Blancaneaux estreou eliminando o sólido japonês Yosuke Watanuki, cabeça 4 do torneio e, então, superou o bom saque e o potentes golpes do alemão Louis Wessels. Depois de uma vitória no duelo francês contra Corentin Moutet, simplesmente dizimou o último time campeão da Davis Juvenil, eliminando de forma seguida os canadenses Benjamin Sigouin, Denis Shapovalov e Felix Auger Aliassime, depois de salvar três match points na final.
O título juvenil feminino ficou com a suíça de 16 anos Rebeka Masarova, que repete feitos de Martina Hingis (1993/94) e Belinda Bencic (2013), mas maior destaque fica para a vice-campeã. Com apenas 14 anos, Amanda Anisimova vem mostrando resultados consistentes contra meninas até quatro anos mais velha. Anisimova foi semifinalista no Eddie Herr, vice na Copa Gerdau em Porto Alegre e semifinalista no torneio nacional da USTA. Ela tem nome de peso como técnico, Nick Saviano acompanha os pais da jovem promessa americana.
Boa semana também para Orlando Luz, que aos 18 anos já prioriza circuito profissional, mas entrou na chave juvenil em Paris. Se a campanha de simples foi curta, parando na segunda rodada, a sequência de vitórias nas duplas ao lado do sul-coreano Yunseong Chung até o vice-campeonato pode dar a confiança necessária para a sequência da temporada.O título foi para o israelense Yshai Oliel e o tcheco Patrik Rikl.
Orlando ainda teve a honra de assistir à final masculina de Roland Garros ao Gustavo Kuerten em Paris, o que sem dúvida vale muito mais para um garoto dessa idade (e que quer chegar longe) que uma eventual participação em future na mesma semana. Jogar o juvenil de Wimbledon não deve valer muito a pena para ele, principalmente pela mudança de piso, e neste caso sim é melhor optar por um torneio profissional. Seu próximo torneio é o future italiano de Bérgamo, onde estreia já na terça-feira.
O Felix Aliassime foi até a final da chave juvenil de simples? O rapaz tem apenas 16 anos. Se entendi bem, o feito é incrível. Além disso, a derrota do Orlando na chave de simples não fica tão feia.
Realmente, foi legal ver o Orlando do lado do Guga, que foi campeão de duplas em RG. Tomara que o Orlando aproveite todo esse apoio e conquiste bons resultados na profissional, mesmo que a médio prazo.
O Felix foi finalista de simples sim, e com apenas 15 pontos. Com os pontos da campanha, já virou número 2 juvenil.
Sou fã do Orlando que além de muito promissor, é um garoto educado e humilde, além de atencioso como os fãs dele aqui no Brasil. Lamentei que ele não tenha conquistado o título de duplas mas vamos ficar na expectativa de que ele deslanche, finalmente, este ano entre os profissionais. O nível dele ainda é de futures e challengers mas não há pressa, ele tem o tempo a seu favor…
Gostaria de saber sua opinião mais geral sobre nossa nova geração. Parece que o Tiago é mesmo o que tem mais possibilidades futuras, mas o Orlando também tem boas chances de chegar num top 50, né? E o Marcelo Zormann o que você acha? E mais quais você queira comentar, é claro.
A gente tem uma geração que precisa ser trabalhada em vários níveis na parte de transição ao profissionalissmo. O Tiago está numa posição melhor que outros jovens, até por ser um pouco mais velho. Tem quatro anos a mais que o Orlando, três a mais que o Zormann, e fazendo bons resultados semana a semana. Ele foi número 2 do juvenil sem a mesma exposição na época. De certa forma, ele serve de modelo para os dois.
Cravar que um jogador jovem vai ser top 100 ou top 50 é muito difícil. Tem uma série de variáveis que interferem. Eu posso dizer que o Orlando, o Zormann ou Décamps são promissores, mas pré-determinar um ranking é muito difícil. O que dá pra falar também é que as expectativas com o Orlando são boas, inclusive vindas de técnicos estrangeiros, que percebi um isso no Banana Bowl do ano passado.