A número 1 e super favorita Iga Swiatek, ainda aos 21 anos, buscará neste sábado o segundo troféu nas últimas três edições de Roland Garros tendo diante de si uma adversária quase juvenil, a precoce Coco Gauff. Três anos mais jovem, ela faz sua primeira final de Grand Slam justamente no piso em que seria menos cotada para tal.
A polonesa conquistou nesta quinta-feira sua 13ª vitória seguida sobre uma adversária top 20, ao superar um início um pouco mais tenso e irregular antes de dominar totalmente a russa Daria Kasatkina. Muito mais nervoso ainda foi o primeiro set entre Gauff e a canhota e baixinha Martina Trevisan, que não conseguiam manter serviços e erravam demais. Quando finalmente se estabilizou, a norte-americana fez boas trocas de direção e conseguiu ser mais agressiva.
Swiatek pode se tornar agora a primeira tenista a ganhar dois títulos na França desde o tri de Serena Williams, em 2015, encerrando assim um curioso período em que Roland Garros teve seis campeãs inéditas: Garbiñe Muguruza, Jelena Ostapenko, Simona Halep, ela própria e Barbora Krejcikova. Neste século 21, apenas Serena, Justine Henin e Maria Sharapova conseguiram ganhar pelo menos duas vezes em Paris. No restante da Era Profissional, houve outras seis: Margaret Court, Chris Evert, Martina Navratilova, Steffi Graf, Monica Seles e Arantxa Sanchez. É um rol muito nobre.
Ao mesmo tempo, Iga também pode igualar a sequência invicta de Venus Williams do ano 2000 se atingir a 35ª vitória. Esta será sua sexta final consecutiva desde fevereiro e portanto pode levantar o sexto troféu, um domínio espetacular mas ainda distante do recorde absoluto de Navratilova, que ganhou 13 na sequência em 1984, período em que marcou a maior série invicta, com 74.
Com 18 anos completados agora em março, Gauff pode superar por mais de 200 dias o feito de Emma Raducanu no recente US Open e se tornar a mais jovem campeã de Grand Slam desde Maria Sharapova, com seus tenros 17 anos e 75 dias na conquista de Wimbledon de 2004. Em Roland Garros, seria a quarta de menor idade a levantar o troféu na Era Profissional, atrás da recordista Monica Seles (16 anos e 189 dias no título de 1990), de Arantxa Sanchez (17 anos e 174 dias em 1989) e Steffi Graf (17 anos e 357 dias em 1987). É uma façanha, sem dúvida.
Apesar de Coco ser 23ª do ranking e ter vencido seus seis jogos por 2 a 0, terá de fazer um grande esforço para derrubar Swiatek, que está sobre seu piso favorito e venceu os dois duelos já feitos contra a norte-americana, em dois sets duros em Roma do ano passado e com muita facilidade em Miami de março.
Nadal x Zverev
Os dois abrem a rodada desta sexta-feira no meio da tarde local (9h45 de Brasília) e a expectativa é de tempo instável em Paris, o que pode forçar o fechamento do teto retrátil. Se isso acontecer, o alemão Alexander Zverev terá lucro e tentará tirar ainda mais proveito do seu poderoso saque. Na verdade, atacar o tempo todo e assim encurtar os pontos parece ser a melhor alternativa tática para o número 3 do ranking, algo semelhante ao que conseguiu diante de Carlos Alcaraz. A diferença é que Rafa joga bem mais atrás da linha e com isso se defende melhor.
Se estiver em plenas condições físicas, como mostrou diante de Novak Djokovic, o super campeão é favorito para sua 14ª final em Roland Garros. Ele venceu 6 dos 9 jogos contra Sascha e sabe que precisa explorar o lado direito do alemão, usar o slice na paralela e surpreender com curtinhas. Quanto mais desequilibrar o adversário, melhor.
Cilic x Ruud
Será o jogo do final de tarde ou começo de noite. Se o teto também fechar, o croata ganha vantagem para explorar seu excepcional primeiro saque e forehand cruzado, que deve atacar o tempo todo o lado esquerdo bem mais frágil do norueguês.
Ruud precisa achar um jeito de manter Cilic em movimento e talvez a cruzada com bola mais alta de forehand seja um bom caminho para deixar então o lado esquerdo do croata vulnerável para a bola de ataque. A vasta experiência de Cilic é muita valiosa diante da experiência inédita de Ruud num Slam.