Acabou a polêmica. João Souza, o Feijão, vivendo sua melhor forma técnica e física, está de volta ao time brasileiro da Copa Davis. O anúncio oficial só deve vir na próxima semana, mas isso certamente será uma grande motivação para ele na estreia desta tarde no Brasil Open, onde enfrenta o perigoso espanhol Pablo Carreño, e também no Rio Open, em que seu convite para a chave principal está garantido.
Mais do que toda a controvérsia gerada no ano passado, quando o capitão João Zwetsch chamou Rogério Silva e Guilherme Clezar para disputar a segunda vaga de simples que muitos achavam pertencer a Feijão por seu bom momento em nível challenger, o que importa agora é que o grupo precisa entrar em harmonia para a difícil missão de encarar a Argentina no saibro lento de Buenos Aires.
Se Feijão já merecia ser lembrado em setembro contra a Espanha, sua escalação agora é mais do que necessária. Ele fez um começo de temporada animador no piso sintético, fazendo exibições muito consistentes contra Andreas Seppi – que dias depois eliminaria Roger Federer – e os top 100 Ivan Dodig e Malek Jaziri, sem falar na vitória sobre Roger-Vasselin.
Claro que ele será o mais frágil participante do duelo contra os argentinos, supondo que Daniel Orsanic vá optar entre Leo Mayer, Federico Delbonis e Juan Mónaco para os jogos de simples. A dupla provavelmente ficará com Mónaco e Maximo González, que aliás estão atuando juntos no Ibirapuera. Não é um grupo espetacular, mas de respeito sobre um quadra lenta, bola pesada e público irritante.
Com nossa dupla mineira e Thomaz Bellucci, dá para ganhar pelo menos dois pontos. O terceiro é mais difícil, porém longe de ser impossível até mesmo para Feijão. Ele já ganhou de Delbonis no saibro, perdeu uma há muito tempo para Mónaco e foi superado em quatro apertadíssimos jogos por Mayer. Ou seja, os adversários sabem que ele um jogador perigoso, e isso é muito valioso.
Bellucci retorna ao Ibirapuera de tantas lembranças, boas e ruins, e tem de jogar bem se quiser passar pelo eslovaco Martin Klizan como fez no ano passado. A chave é dura, mas ele tem uma curiosa oportunidade de fazer uma prévia da Davis contra Mayer nas quartas de final, caso o argentino supere Albert Ramos em sua estreia. Aliás, Feijão tem a mesma chance, já que poderá cruzar com Bellucci nas oitavas de quinta-feira.
A ausência já esperada de Feliciano López no topo da chave abriu um buraco imenso e colocou o favoritismo sobre o também espanhol e canhoto Fernando Verdasco. O ex-top 10 e semifinalista do Australian Open de 2009 vale ingresso. Tem um jogo vistoso, golpes poderosos e versáteis. Poderia ter ficado muito mais tempo na elite se a cabeça ajudasse.
Lance curioso aconteceu lá nas quadras externas de saibro. O romeno Adrian Ungur perdeu sua partida decisiva do qualificatório no ginásio 2, pegou as raquetes e foi lá para fora imediatamente treinar dezenas de saques. Bom exemplo de inconformismo e determinação.