Ao enriquecer sua invejável galeria de troféus logo na abertura da temporada 2021, que promete enfim ter um calendário completo, Novak Djokovic se torna o favorito para se tornar o maior colecionador de títulos de Grand Slam da história, superando assim os líderes Roger Federer e Rafael Nadal. Nunca esteve tão perto. Há uma década, quando começou a temporada 2011, o placar dos Slam estava 16-9-1. Hoje, como todo mundo sabe, é de 20-20-18.
Há dois motivos mais do que suficientes para se acreditar que Djokovic chegará lá. O mais importante deles é a versatilidade, como provam suas 12 conquistas na quadra sintética e as cinco sobre a grama. Além disso, ainda permanece como um dos dois únicos que podem hoje superar Nadal em Roland Garros. O sérvio é quem mais colecionou títulos importantes na terra depois do espanhol, a quem aliás derrotou em Monte Carlo Roma e até Paris. É o atual bicampeão de Wimbledon, onde levou quatro dos seis últimos troféus, três deles diante de Federer. Faturou 6 dos 10 Slam mais recentes e ganhou 10 de suas últimas 12 finais desse naipe. Vale observar que até 2015 ele estava 8 em 16.
O segundo fator é certamente a idade. Djokovic é um ano mais jovem que Nadal e tem quase seis de vantagem sobre o suíço. E a isso é essencial se incluir o estilo de jogo. O sérvio se adapta com maior facilidade aos diferentes pisos e economiza muito mais energia ao bater a bola na subida, perto da linha, sem falar que agora tem mostrado um saque muito definidor. Não por acaso, fez a final de Slam mais rápida de sua carreira contra Daniil Medvedev, tem excepcional eficiência depois que ganha os dois primeiros sets (220-1, esta derrota em 2010) e é o que melhor se sai num quinto set (30 em 39 diante dos 30 em 47 de Federer).
Nunca podemos esquecer que todos os três já atravessaram problemas físicos preocupantes em tempos recentes, e isso talvez seja o fator imponderável que pode atrapalhar a contabilidade. Porque, ao olharmos os adversários mais jovens que ocupam o top 10 do momento, ainda é difícil apontar algum com real capacidade de derrubar dois dos três fenômenos para levar um Slam. Andy Murray definiu com propriedade: “Vencer um deles nas quartas ou na semi é uma coisa. Outra é sacar ou devolver numa final diante de alguém que já ganhou 17, 19 ou 20 Slam. É simplesmente intimidante. A nova geração ainda não está pronta para isso. Se Novak não tivesse atirado bola na juíza, teria vencido o US Open também”.
Um novo Slam está previsto para daqui a três meses e, nesse período, é preciso ver como Nole irá se recuperar do estiramento e Nadal, da lombar. E observarmos Federer após uma parada incrivelmente longa. Novamente, vemos uma vantagem para Djokovic. Depende muito menos de Paris ou de Wimbledon do que seus concorrentes e ainda terá uma boa cartada a jogar no US Open ou aguardar outro Australian Open, onde reina soberano.
Bom ibope na Austrália
As finais masculina e feminina do Australian Open tiveram as maiores audiências das noites de sábado e domingo no país, segundo os institutos de pesquisa, ainda que tenham tido pequeno declínio em relação a 2020. O jogo entre Djoko-Medvedev foi visto por 1,17 milhão de pessoas nas cinco maiores cidades do país (35% dos aparelhos ligados). Já o duelo Osaka-Brady atingiu 851 mil espectadores (36%). O torneio foi visto no total por 11 milhões de australianos através da rede Nine.
Cresce tênis nos EUA
Tênis recreativo saltou 22% em termos de novos praticantes nos Estados Unidos no ano passado, em meio à pandemia. Segundo dados da USTA, a procura por um esporte seguro como o tênis fez o total de tenistas recreativos norte-americanos subir para 21,6 milhões, dos quais 6,8 mi eram novos jogadores ou pessoas que havia abandonado a raquete e agora voltado.
E vem aí o Top Coach
O Tennis Channel iniciou uma votação popular para indicar os dois melhores técnicos de tênis do país. Qualquer um poderá ser indicado na lista preliminar, por seus alunos ou por si próprio, e aí os 50 melhores serão selecionados para uma primeira votação popular, que irá tirar 5 nomes de cada sexo. Aí uma nova rodada de votos populares indicará os vencedores, que além da honra levarão também US$ 500.
Wimbledon aguarda
Após mais um período de confinamento da população, os britânicos esperam ter superado a crise do coronavírus e planejam liberar gradualmente o público nas competições esportivas a partir de 17 de maio. O futebol poderá receber até 10 mil pessoas ou 25% da capacidade dos estádios e o mesmo por enquanto se aplicará a Wimbledon, que começará dia 28 de junho. Se for assim, das 37 mil pessoas diárias no Club apenas pouco mais de 9 mil serão autorizadas. A Central, de 15 mil lugares, terá no máximo 3.750. A prática do tênis ao ar livre deverá estar liberada na Inglaterra no dia 29 de março.
Desafio Australian Open
Armando Castel venceu o Desafio para a final masculina do Australian Open e terá direito à biografia de Novak Djokovic da Editora Évora. Ele acertou dois dos três sets que Djokovic venceu (7/5 e 6/2) e ainda errou o terceiro por um (6/2). O segundo lugar foi de Clayton Oliveira Costa, que acertou o total de 9 games perdidos e ainda cravou em cheio o terceiro set. Ele receberá da Évora outro sucesso de Djoko, “Sirva para vencer“.