Documento obtido pelo tradicional diário francês L’Équipe diz que o conselho diretivo da ATP finalmente aprovou, durante o US Open, os estudos para uma reforma no calendário já em 2023. As mudanças mais importantes seriam aumentar a duração dos Masters 1000 para até 12 dias, copiando o que já fazem Miami e Indian Wells. e criar um 10º evento 1000.
Isso faria com que Madri, Roma, Canadá, Cincinnati e Xangai se tornassem mais robustos, ficando com semana normal Monte Carlo e Paris. Ao mesmo tempo, a ATP enfim permitirá que aconteça um ATP 250 na segunda semana dos Masters, o que tornaria o período mais democrático. Quanto ao novo 1000, fala-se em elevar um dos eventos de grama, provavelmente Halle.
O calendário passaria a ter 16 torneios de nível ATP 500, três a mais do que hoje. Não houve proposta para aumento nos 250, mas é bom lembrar que já em 2022 surgirá um novo, o de Dallas, marcado para 6 a 13 de fevereiro.
Para atrair a simpatia dos jogadores e garantir os votos necessários para concretização das modificações, a ATP acena para um expressivo aumento na premiação global da temporada, que passaria a oferecer 22% a mais do que acontece hoje, ou seja, saltaria dos US$ 62,5 milhões atuais para US$ 76 milhões.
O bônus que é dado ao final de cada temporada aos 12 melhores jogadores, hoje de US$ 11,5 milhões, também aumentará. Será de US$ 15.5 milhões já em 2023 e agora premiando os 30 mais bem pontuados. Até 2030, o valor total chegará a US$ 18,4 milhões.
Esse incremento seria bancado principalmente por uma reformulação nos acordos de direitos de TV. Os eventos ganhariam também com a venda de mais ingressos.
A rigor, esta é mais uma resposta da ATP à entidade paralela que Novak Djokovic bancou, a PTPA. Segundo reportagens publicadas na semana passada na imprensa europeia, a nova associação já estaria organizada para atrair patrocinadores e, dado mais importante, contaria com apoio de 80% dos tenistas masculinos e pelo menos 80 das jogadoras.
Segundo o L’Équipe, esse grupo já mostrou sua força e as vozes da PTPA teriam barrado a proposta inicial da ATP, feita durante Wimbledon, o que exigiu novas negociações e enfim o formato aprovado no US Open.
Nessa mesma linha apaziguadora, a ATP se propõe a melhorar a transparência de seus negócios e contratar uma auditoria externa e independente para revisar o fluxo financeiro e os investimentos.
Se confirmadas, são notícias excelentes para o tênis masculino.