A fase anda tão boa que Novak Djokovic também tirou a sorte grande na formação dos grupos para o ATP Finals, competição que será disputada pela primeira vez em Turim a partir de domingo e que o sérvio não conquista desde 2015.
Djoko disputará a fase de grupos contra o ainda claudicante Stefanos Tsitsipas, o descarrilado Andrey Rublev e o estreante Casper Ruud. O sérvio tem 6-2 contra o grego, incluindo as quatro mais recentes e a duríssima virada de Roland Garros que Stef ainda não engoliu. Ganhou o único duelo diante de Ruud, e ainda por cima no saibro, e curiosamente jamais enfrentou o russo.
O outro grupo tem favoritismo de Daniil Medvedev e Alexander Zverev sobre Matteo Berrettini, que tentou se poupar ao máximo para Turim, e o também estreante Hubert Hurkacz. O russo acabou de empatar com Sascha por 5-5 em Paris com a quarta vitória seguida, venceu as duas contra o italiano e está 1-1 frente ao polonês, ambos jogos duros de 2021.
O fato bem interessante é que, caso a lógica prevaleça, Djokovic terá de superar Zverev e Medvedev para levar o sexto troféu, o que tende a tornar ao menos as duas rodadas finais eletrizantes. Nunca se deve esquecer que Medvedev é o atual campeão do Finals e Zverev faturou aquele notável título de 2018 em cima de Roger Federer e Djokovic. Aliás, Tsitsipas levou em 2019, Andy Murray foi campeão em 2016 e Grigor Dimitrov, em 2017. Ou seja, cinco campeões diferentes – e sem Big 3 – nas edições mais recentes.
Ainda não se sabe exatamente qual a velocidade do piso coberto de Turim. Se for tão lento quanto Londres, pode ajudar Ruud a jogar melhor na quadra dura e quem sabe até lhe dar chances diante da impaciência de Rublev, para quem perdeu os quatro duelos mesmo sendo dois deles no saibro. O norueguês ganhou uma e perdeu outra diante de Tsitsipas neste ano e o grego admitiu nesta sexta-feira que ainda sente dores. Rublev e Tsitsipas duelam logo na segunda-feira e isso pode decidir o futuro de ambos. O retrospecto é muito apertado, com 4-3 para o grego (3-3 se desconsiderarmos o atípico Next Gen Finals), e Stef sempre aproveitou de uma superfície menos veloz.
Medvedev e Zverev preferem a quadra mais veloz para tirar tudo do saque, mas se viram muito bem em condições contrárias, como indica o título que ambos conquistaram na arena O2. Primeira rodada sempre é o melhor instante para surpresas e isso deve animar Hurkacz contra o russo e Berrettini frente o alemão, que já chegou a Turim reclamando de cansaço. Todo mundo sabe que Berrettini nunca pareceu totalmente recuperado da lesão desde Wimbledon e assim me parece que Hurkacz é quem possui mais chance de ‘aprontar’, especialmente se a quadra estiver lenta. Ele deu muito trabalho a Zverev no saibro de Madri e bateu Berrettini em Miami, ambos em 2019, tendo perdido do italiano em Wimbledon de meses atrás.
O tênis brasileiro estará novamente no Finals com Bruno Soares e seu parceiro canhoto Jamie Murray. O mineiro nunca passou da semi na competição e terá um grupo forte na fase preliminar, ainda que a outra chave não seja necessariamente menos difícil. Dois adversários são muito bons em quadra sintética – Ram/Salisbury e Mahut/Herbert – e o outro, Cabal/Farah, merece respeito.
O outro grupo tem os favoritos Mektic/Pavic e os ótimos Granollers/Zeballos, juntos a Krawietz/Tecau e Dodig/Polasek, que serão os primeiros a jogar, no domingo.