Depois do adiamento forçado em 2020, a Copa Davis retomou seu novo e controverso formato. A chamada ‘fase final’ dura 10 dias e só termina no outro domingo. Numa tentativa de tornar os duelos de grupos mais atraente, a Federação Internacional inovou e dividiu os grupos em três sedes, permitindo que a Itália e a Áustria joguem em casa junto da Espanha. Menos mal.
O debate sobre a mudança no formato da centenária competição continua repercutindo. Richard Gasquet acredita que a Davis vai acabar se mantiver a fórmula atual por mais dois anos, enquanto Novak Djokovic surpreendeu e disse que a ideia não está totalmente errada e que não é a favor da volta do sistema antigo, mas assinalou que melhorias precisam ser estudadas, como aumentar o número de sedes e fazer rodízio constante para chegar a mais países.
A Federação Internacional apostava que aos poucos os jogadores iriam se adaptar à nova Davis, como aconteceu em outras ocasiões. No entanto, reduzir os jogos de cinco para três sets e eliminar os confrontos dentro e fora de casa (que só permanecem na fase eliminatória de acesso à final) descaracterizaram completamente a competição.
A situação precisa ser olhada de diferentes aspectos. A ITF se via muito pressionada pelo calendário até mesmo para executar os quatro finais de semana do antigo formato, já que sempre aconteciam imediatamente após um grande evento (Austrália, Wimbledon, US Open e o Finals). Com isso, o risco de perder os grandes nomes sempre foi grande e natural.
O que talvez escapou da ITF é que, ainda com nomes menos nobres nos times, a maciça maioria dos duelos do então Grupo Mundial recebia um público muito bom e tinham cobertura da TV local. Cada confronto era um evento em si, expondo a marca do patrocinador internacional em todos os cantos.
O formato inovador da Davis não é ruim e está aí a ATP Cup para provar que funciona. A competição por equipes da ATP acontece em três cidades da Austrália, com grupos e fase final em apenas uma semana, todos os jogos são em três sets. A diferença é que oferece pontos no ranking, premiação robusta e contratualmente obriga todo mundo a jogar, além de ser um excelente preparativo para o Australian Open.
O grupo de Gerard Piquet, que comprou os direitos da nova Davis, fala agora em levar a fase final para Abu Dhabi, num contrato de cinco anos, e isso gerou ainda mais críticas. Lleyton Hewitt definiu com absoluta razão: “A grande emoção de se jogar a Davis era ter toda a torcida a favor ou todo o público contra. Isso acabou”. O que obviamente vai piorar se for para um local sem qualquer tradição.
Balanço curioso da ATP
O ranking desta segunda-feira encerrou a temporada 2021 e a ATP divulgou um curioso balanço, com enfoque primordial no top 10. Valem alguns destaques:
– Nadal bateu o recorde de Connors e fechou no top 10 pela 17ª temporada seguida. É também o mais velho, aos 35 anos e meio.
– Medvedev foi primeiro de fora do Big 4 a terminar no segundo lugar desde Andy Roddick em 2004.
– Sinner é o mais jovem top 10 desde Del Potro em 2008, então com 20 anos; Itália fecha com dois no top 10 pela primeira vez na história do ranking.
– A presença de oito jogadores com no máximo 25 anos no top 10 repete 1995. A média de 25,6 é a menor desde 2009.
– Djokovic se mantém como mais velho a terminar na ponta, agora aos 34 anos e meio.
– Zverev é primeiro alemão entre os três primeiros desde Becker, em 1994.
– País com mais top 100 foram os EUA, com 12, maior número de 1996. Os norte-americanos também lideram no top 50, com seis, ao lado da Espanha.
– 31 jogadores acima dos 30 anos aparecem no top 100. Federer chegou a 21 temporadas seguidas no top 20.
– Pela segunda vez seguida, há 14 tenistas com até 25 anos entre os top 30. Alcaraz foi quem deu maior salto entre os top 50 (109 posições). Entre os top 100, Juan Manuel Cerundolo evoluiu 252 postos e Brooksky, 251.