Como era esperado, Novak Djokovic foi o primeiro a se classificar para a semi de simples do Finals de Londres, e com os pés nas costas. O que ninguém imaginava é que ele tem grande chance de cruzar com Roger Federer na fase do mata-mata do torneio neste sábado, já que o suíço está muito mais para ser segundo do seu grupo, em jogo decisivo que fará nesta quinta-feira contra Kevin Anderson. Como o Finals é muito versátil, existe até a hipótese de tanto Djokovic como Federer ficarem em segundo lugar. Isso sim seria surpreendente.
O duelo entre o número 1 e Alexander Zverev não foi o espetáculo imaginado, mas ao menos teve um primeiro set bem interessante, em que o alemão ficou bem perto de quebrar e em seguida sacar para o set. Optou por um lob cruzado quando tinha a paralela de backhand que tanto gosta, deu azar e daí em diante sucumbiu diante da solidez do adversário.
Djokovic cometeu apenas 13 erros na partida e viu Zverev falhar 33 vezes, 18 delas com seu golpe principal, o backhand. Quando se olha o número de winners, fica a impressão que Zverev atacou mais, porém o placar final de 20 a 11 na verdade conta com 9 aces do alemão. A diferença básica na partida foram as trocas de bola entre 5 e 9 golpes: uma ‘lavada’ de 25 a 8 para Djokovic, o que deixa patente a qualidade de suas bolas profundas e a constante variação de direções.
Esta será a oitava semifinal de Djokovic no torneio nobre que encerra a temporada e a sexta consecutiva em suas participações na arena O2 (obviamente não se conta a ausência de 2017). Aliás, ele só perdeu uma semi no Finals e em Londres, justamente para Federer, em 2010.
Descansado e confiante, Djoko observa agora a interessante definição do segundo lugar do grupo Guga Kuerten e obviamente ele terá participação nisso, já que enfrenta Marin Cilic na sexta-feira. O croata, que marcou grande virada em cima de John Isner, precisa ganhar para ter chance – nunca fez uma semi no Finals – e ainda torcer por Isner contra Zverev.
Cilic só tem uma chance de se classificar: vencer Djoko e Zverev perder de Isner. E nesse caso, o croata será o primeiro do grupo! Zverev no entanto está bem mais confortável, porque depende de si só: basta ganhar de Isner e ficará com o segundo lugar, mas também ficará com a vaga de perder em 3 sets e Djoko superar Cilic. Por fim, Isner está por um fio: tem de torcer pelo sérvio e não perder set de Zverev..
Melo se complica
Quem também está em situação muito delicada é Marcelo Melo e seu parceiro polonês Lukasz Kubot. Eles nem jogaram tão mal assim, mas alguns vacilos no serviço custaram a derrota para os franceses Nicolas Mahut e Pierre Hughes, que jogaram num nível muito alto o tempo inteiro.
Embora estejam sem vitória e sequer set marcado, Melo e Kubot ainda não estão eliminados do torneio. Precisarão no entanto derrotar por 2 a 0 na sexta-feira a parceria número 1 do ano Oliver Marach/Mate Pavic e torcer para que Mike Bryan/Jack Sock não cedam sets para Herbert/Mahut. Ainda assim, dependerão do percentual de games vencidos. Ficou duro, mas não impossível.
O adeus de Aga
Agnieszka Radwanska nunca foi uma tenista brilhante, mas seu espírito de luta e apuro tático, que lhe valeu o apelido de La Professora pelas adversárias, conseguiram lhe dar 20 títulos de peso, entre eles o Finals de Cingapura, além de um vice em Wimbledon e o número 2 do ranking. Não é pouca coisa. Aos 29 anos, cansada de lutar contra as lesões e a falta de progresso técnico, Aga anunciou a aposentadoria nesta quarta-feira. Ela não vencia um torneio desde agosto de 2016.
Sem um rosto bonito, algo que sempre se procura no tênis feminino, Radwanska sempre esbanjou simpatia e foi reconhecida pelo público com prêmios de popularidade. Nunca se conformou com seu tênis limitado pela falta de força e chegou a contratar Martina Navratilova para ajudá-la no jogo de rede.
No texto de adeus, dá a entender que prosseguirá perto das quadras, quem sabe como treinadora. Tem muito a ensinar, sem dúvida.